Saúde de A a Z

Sabia que as Viroses são as infeções mais frequentes nas crianças? Sabe, quais são os sintomas e sinais de alarme e o que fazer?

As infecções mais frequentes nas crianças! Sintomas/Sinais de alarme e o que fazer...
São umas atrás das outras…!


Boas notícias, são normalmente ligeiras e não duram muito tempo!
Mas…CUIDADO- Não esquecer que as doenças graves, virais ou bacterianas, muitas vezes começam com sintomas ligeiros…na dúvida fale SEMPRE com o Pediatra! Saiba mais:

Os vírus causam muitas infecções nas crianças, algumas delas mais frequentes como por exemplo o resfriado comum (constipação), a adenoidite, amigdalite, faringite, otite, gastroenterite, conjuntivite, sinusite, bronquite, bronquiolite, diarreia, eritema infeccioso, estomatite aftosa, exantema súbito, gripe, herpangina, laringite, mão-pé-boca, molusco contagioso ou a mononucleose. Outras podem ser preveníveis pela vacinação ou são mais graves, como por exemplo a varicela, hepatite, papeira, rubéola, sarampo, meningite rival e encefalite.

Existem centenas de vírus diferentes.
É comum que as crianças tenham até 10 doenças virais por ano nos primeiros anos de vida.
As infecções respiratórias, são as mais frequentes especialmente nas crianças com menos de 5 anos.
Até cerca de 80% das infecções no inverno que afectam o nariz, ouvidos, garganta e pulmões são causadas por vírus;
Os vírus causam mais de 90% das infecções das crianças com menos de 2 anos de idade.
Também é comum que as crianças fiquem doentes de um vírus logo após terem recuperado de uma infecção de um vírus diferente, por isso pode parecer que estão sempre doentes.
À medida que a criança vai sendo contagiada por um vírus, vai ganhando defesas contra esse vírus.
Os vírus podem espalhar-se facilmente quando as crianças têm contacto próximo entre si, especialmente se andam no infantário.
À medida que as crianças crescem, a frequência de contrair doenças virais, geralmente diminui.
A maioria das infecções virais é ligeira, dura 3 a 5 dias e o tratamento é geralmente sintomático, acompanhado de repouso em casa.

Como acontece a doença viral?

O vírus pode ser transmitido de pessoa para pessoa em pequenas gotículas do nariz e boca (espirros, saliva ou tosse), vómito ou fezes (especialmente se houver diarreia), pela pele ou por contacto indirecto com objectos contaminados como os brinquedos.
O vírus pode espalhar-se facilmente quando as crianças têm contacto próximo umas com as outras, como em creches, infantários ou na escola.
Normalmente, há um atraso entre o momento em que uma criança é exposta ao vírus e quando desenvolve a doença. Geralmente acontece em poucos dias, mas para alguns vírus pode ter um intervalo de até duas a três semanas.
É comum que as crianças tenham entre seis e 10 doenças virais por ano nos primeiros anos de vida.

Alguns sinais e sintomas mais frequentes das infecções virais:

A maioria dos sintomas são pouco específicos, como a sensação de mal-estar, perda de apetite e irritabilidade;
Nariz entupido ou com secreções;
Olhos vermelhos e lacrimejantes;
Dor de garganta;
Febre;
Borbulhas, exantemas, erupções cutâneas;
Tosse ou espirros;
Expectoração;
Dificuldade em respirar, tiragem (cóvinhas no peito, entre as costelas, ao respirar);
Pieira (som como um assobio, quando respira);
“Borbulhas”, manchas, erupção cutânea, exantema;
Vómitos e / ou diarreia;
Falta de apetite;
Dores no corpo;
Dores de barriga;
Dores de cabeça;
Sonolência; cansaço; prostração;
Mau estado geral

Embora a maioria das infecções virais na criança, seja ligeira, nas crianças e bebés mais pequenos (com menos de três meses de idade) pode ser mais grave.

Cuidados em casa:

Os vírus não podem ser tratados com antibióticos.
Na maioria dos casos o tratamento é feito para diminuir os sintomas como a febre ou as dores.
Em casos muito específicos podem ser utilizados medicamentos antivirais, como no caso da varicela.
O melhor tratamento é o descanso em casa para permitir que o sistema imunológico da criança lute contra o vírus.

Algumas medidas simples que podem fazer com que a criança fique mais confortável:

Administrar pequenas quantidades de água ou leite materno, com frequência e quando acordada.
A hidratação ajuda a substituir os líquidos perdidos pela febre, vómitos ou diarreia. Por vezes são necessários solutos hidratantes. Quanto mais pequena é a criança, mais importante é a hidratação.
Fraccione a comida, ofereça menos quantidade.
Não se preocupe se a criança comer mal durante alguns dias. Quando se sentirem melhor, começarão a comer novamente.
Deixe a criança descansar.
Mantenha o nariz limpo; use gotas nasais salinas (soro fisiológico) para ajudar a limpar um nariz entupido em bebés. Um bebé com um nariz limpo terá mais facilidade para se alimentar.
Eleve a cabeceira da cama se tiver dificuldade respiratória;
Controle a febre;
Siga os conselhos do Pediatra em relação aos medicamentos que pode fazer.
A criança provavelmente irá sentir-se melhor após alguns dias, mas pode ficar doente nalguns casos, até duas semanas.
A tosse pode durar várias semanas.
A maioria das erupções cutâneas são leves e não causam sofrimento, embora algumas delas possam causar alguma coceira.
Uma erupção na pele pode durar alguns dias até desaparecer espontaneamente.
Às vezes, uma erupção aparece quando a febre desaparece. Quando esta erupção aparece, significa que a criança está a melhorar.

Sinais de gravidade:

Se a criança tiver febre e menos de três meses, fale com o Pediatra logo no início. Nos mais pequenos a gravidade pode ser maior;
Se a criança não estiver melhor após 48 horas, ou se estiver a agravar os sintomas, ou tiver um sinal ou sintoma de doença mais grave, deve falar com o Pediatra e ou a criança deve ser observada.

Alguns sintomas de doença mais grave, e que pode indiciar também infecção bacteriana:

Febre alta que não melhora após 48 horas ou algum dos sinais que acompanham com febre:
Convulsão;
Olhar triste, de sofrimento, com pálpebras persistentemente entreabertas;
Prostração mantida: se a criança “estando acordada, se comporta com se estivesse a dormir”, permanecendo alheia ou quase alheia à presença dos pais ou indiferente a estímulos habitualmente fortes para elas;
Sonolência excessiva e prolongada ou pelo contrário, sono muito perturbado, com incapacidade adormecer e/ou em fazer sonos repousantes normais; choro débil, pouco audível, ou choro inconsolável para além de 2 a 3 horas e que não melhora significativamente com o analgésico;
Gemido constante;
Aparecimento de manchas na pele sobretudo nos primeiros dois dias de febre - exantema macular, fixo ou evanescente (transitório), com lesões dispersas no 1º dia de febre numa criança prostrada ou “que não está bem”;
Exantema macular disperso, especialmente com lesões com um ponto central tipo picada, que não desaparece à digitopressão (exantema petequial);
Manchas purpúricas que não desaparecem à digitopressão, manchas vermelhas difusas tipo queimadura do sol, e ásperas ao deslizar da mão, que se iniciaram nos primeiros 2 dias de febre, sobretudo no tronco, raiz dos membros e no períneo, sugestivo de escarlatina;
Dificuldade na mobilização e flexão do pescoço, com rigidez; dor no pescoço ou nos membros com redução de mobilidade;
Dor específica, mantida e perturbadora;
Recusa em estar ao colo, preferindo estar deitado na cama;
Calafrios (tremores generalizados com tiritar dos dentes) prolongados na subida térmica;
Cianose ou acrocianose na subida térmica;
Alteração da respiração - respiração entrecortada intermitente (hhhaam… hhhaam…hhhaam…); respiração acelerada (>50 ciclos respiratórios por minuto (c/min) nos primeiros 12 meses de via; - >40 c/min depois do 1º ano de vida) avaliada mais de 2 horas após o antipirético e com a criança calma ou a dormir; Sinais de dificuldade respiratória (> 2 seguintes sinais: polipneia, adejo nasal, gemido expiratório, tiragem, cianose);
Desconforto na micção, urina com mau cheiro e/ou com cor turva ou diferente do habitual;
Alteração na mobilidade dos membros: dor na mobilização ou na carga, incapaz de caminhar;
Vómitos repetidos fora das refeições e/ou diarreia profusa e persistente;
Recusa total de alimentação, incluindo os líquidos, mais de 2 refeições consecutivas; sede intensa não saciável.

Sintomas mesmo sem febre:

Dor que não melhora com tratamento;
Vómitos ou diarreia persistentes;
Recusa em beber;
Menos de quatro fraldas molhadas por dia;
Sinais de desidratação;
Um exantema que não desaparece quando se faz pressão;
Palidez ou dificuldade em acordar;
Prostração;
Dificuldade em respirar;
Exantema, dor de cabeça, rigidez no pescoço ou dor nas costas;

Prevenção:
Uma boa higiene reduz a probabilidade de ser contagiado ou de contagiar os outros:
Lavar regularmente as mãos;
Evite locais com muita gente;
Não fume nem deixe fumar onde está a criança;
Amamente o bebé;
Não compartilhar copos ou talheres, cuidado com a partilha das chupetas…;
Incentivar as crianças a tossir ou espirrar no cotovelo;
Usar lenços de papel - ensine seu filho a deitar os lenços no lixo assim que eles forem usados e a lavar as mãos depois.
Mantenha a criança em casa, só deve ir para o infantário, se não tiver febre e já não contagiar ninguém;
É quase impossível impedir que as crianças sejam infectadas por alguns vírus, mas outros podem ser prevenidos pela vacinação.
Mantenha as vacinas em dia.

Dr. Eduardo Ribeiro - médico pediatra miMed