COVID- 19 - Comunicado Direção Clínica

Data: 13/03/2020

Caros clientes:

Devemos desejar o melhor, mas esperar o pior. Esta frase tem sido dita e repetida pelo nosso primeiro ministro, que ontem teve a coragem política de anunciar um conjunto de medidas extraordinárias e de caráter urgente de resposta à situação epidemiológica do novo Coronavírus – COVID 19.

Temos ouvido por todo o lado que as atuais medidas aplicadas pelo governo Português e pelas empresas “são um exagero”. Com base no cenário em Itália, no que está a começar a acontecer em Espanha e no que está a ser partilhado na comunidade médica considero importante reforçar o seguinte:

    1. Estamos neste momento a viver uma situação de pandemia, declarada pela Organização Mundial de Saúde no dia 11/03/2020. Esta declaração é consequência do número de países afetados, significando que uma grande maioria da humanidade está potencialmente exposta ao vírus.

    2. O número de infetados, ao dia de hoje, na Europa é de 28 297 casos confirmados. Em Itália existem 15 113 infetados, Espanha 3 004, França 2 876, Alemanha 2 369 e Suíça 854.

    3. Em Portugal estão 112 casos confirmados, 1 308 casos suspeitos, 5 674 casos em vigilância.

    4. Podemos facilmente constatar que os números estão a aumentar de forma exponencial.

    5. Mais de 80% das pessoas infetadas com COVID-19 terão sintomas muito leves, semelhantes a uma síndrome gripal ligeira.

    6. Pelo menos 10% dos casos serão graves o suficiente para causar falta de ar e obrigar a internamento hospitalar. Alguns destes serão graves o suficiente para precisarem de ventilação assistida (ficam “ligados à máquina”). Apesar de estes casos serem mais frequentes em pessoas idosas ou com doenças crónicas, que os tornam mais frágeis, podem também acontecer em pessoas jovens e saudáveis. Nos idosos a percentagem de doentes que podem necessitar de ventilação assistida pode chegar aos 20%, se tivermos 10 000 infetados, significa que 2000 doentes poderão necessitar deste tipo de cuidados.

    7. Então o que é que podemos fazer? Temos que tentar atrasar o aparecimento desses 10 000 casos e que eles possam ir surgindo ao longo de mais tempo e não todos num curto espaço de tempo. Daí a importância da Contenção social. No nosso dia-a-dia devemos abster de alguns comportamentos habituais como os cumprimentos (beijos, abraços e passou bem), frequentar ginásios, cinemas ou centros comerciais, eventos sociais em restaurantes, bares ou discotecas (mesmo jantares com os amigos mais próximos), evitar o contacto com os nossos avós e outros membros da família mais frágeis, trabalhar a partir de casa sempre que possível.

Nesta fase estamos todos no mesmo barco, a navegar por mares incertos e desconhecidos, sem saber onde o perigo espreita. Isto não acontece só aos outros. Temos, portanto, que remar todos na mesma direção, pensando a cada passo, em cada um de nós e no outro. Vamos manter a esperança e a união. Só juntos poderemos vencer.

Para dados atualizados sobre regiões e números infetados por favor consulte:

  • https://covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal/
  • https://experience.arcgis.com/experience/685d0ace521648f8a5beeeee1b9125cd

Dra. Tânia Bonifácio

Diretora Clínica